quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

GO: presos 5 por desviar milhões de hospital contra câncer

A polícia prendeu nesta terça-feira na região de Goiânia cinco acusados de formar um esquema milionário de desvio de recursos públicos administrados pela Associação de Combate ao Câncer de Goiás.
Fundada em 1956, a instituição nasceu com caráter filantrópico, sem fins lucrativos, e mantém, além de outras unidades, o hospital Araújo Jorge, referência em tratamento oncológico no Estado e na região Centro-Oeste. A unidade atende 80% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a associação consome, basicamente, recursos federais.
As prisões temporárias foram pedidas com base nas investigações da Operação Biópsia, iniciada há seis meses após denúncias e comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), do Ministério Público Estadual.
Ao longo desta terça-feira, uma força tarefa composta de dez promotores e 55 policiais militares, sendo 40 da tropa de elite do Comando de Operações Especiais (COE) da PM, cumpriram os cinco mandados de prisão, além de sete de busca e apreensão de provas, como computadores e outros equipamentos, nas residências de alguns dos acusados, no hospital e na sede da associação.
Alegando necessidade de reservar algumas informações estratégicas para finalizar a investigação, o promotor Denis Bimbati não divulgou os nomes dos envolvidos no crime, mas confirmou que se tratam de médicos, administradores e fornecedores da entidade, e um empresário. "Já há a confirmação de diversas fraudes em relação ao manuseio destas verbas públicas", afirmou. O valor total da fraude, que segundo ele aconteceria há pelo menos cinco anos, também não foi apurado, mas envolveria "milhões".

Irregularidades
Dentre as irregularidades descobertas na investigação estão o uso de notas fiscais frias para serviços não executados e para pagamento de medicamentos que nunca foram entregues, super-salários pagos a diretores da entidade e atendimento médico discriminatório a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Se o paciente pagasse, o atendimento era feito no mesmo dia. Para o paciente do SUS, consultas eram marcadas só para 6 meses depois e um simples retorno para até 9 meses após a procura. "Há indícios de que a Associação é utilizada para atendimento particular dos médicos", disse Bimbati.
"Uma outra situação encontrada foi a de funcionários da associação contratados com carteira assinada que recebiam também por intermédio de empresas de prestação de serviços médicos que eles criavam", descreveu o promotor. "Isso seria uma 'verba por produção', mas com equipamentos pagos pela própria entidade. Algumas destas empresas recebiam até R$ 200 mil por mês."

Segundo o promotor, um dos casos envolve uma pessoa remunerada pela associação há cinco anos, mas que mora em outro país. Bimbati também apontou casos graves e frequentes de emprego de parentes dos envolvidos em cargos da entidade. "Como se trata de dinheiro público, esse nepotismo também não deveria ser permitido." Segundo o MP, ainda há indícios que a associação também se autocontratava - ou seja, formalmente prestava serviços a si mesma.

As consequências do esquema de corrupção e dos contratos superfaturados seriam um sangramento no caixa do hospital Araújo Jorge, constantemente "no vermelho", com dívidas de cerca de R$ 60 milhões; falta de medicamentos essenciais para os doentes, como quimioterápicos; e até a consequente morte de pacientes por falta de atendimento adequado. Ainda segundo o MP, apesar da investigação e do escândalo, a Justiça deverá garantir a continuidade do atendimento a pacientes no Araújo Jorge.

Uma nota do hospital assinada por Edgar Berquó Peleja, citado como presidente em exercício da unidade, afirmou que a diretoria da Associação de Combate ao Câncer em Goiás atendia a todas as solicitações do MP para colaborar ao máximo com as investigações. Ele acrescentou que todas as unidades operacionais do grupo - o hospital Araújo Jorge, a Unidade Oncológica de Anápolis e Centro Médico Ambulatorial - funcionavam normalmente.
fonte: Noticias Terra MIRELLE IRENE 
Direto de Goiânia





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

1º MUNDO, POLÍTICO CORRUPTO CADEIA !!! E BRASIL...PICADEIRO!!!